segunda-feira, outubro 18, 2010

Carta à Eternidade


“A vida passa, o tempo corre.
TIC TAC.
TIC TAC.
A minha vida se esvai junto com as areias do tempo. A eternidade, eu não possuo. Desconheço até. Apenas a vida que corre por nossas veias é que possui.
Vida é eterna, nós não. Nossa carne facilmente apodrece com o tempo, mas a vida continua por entre as veias dos seres. Desde o mais rastejante e peçonhento até o mais inteligente e arrogante. A vida desta terra é eterna, ultrapassa as barreiras do tempo e das areias da ampulheta da eternidade.
Tempo, tempo... Por que fizeste esse mal?
Embeleza-nos quando jovens e enruga-nos quando idosos.
Tempo, tempo... – nosso maior ponto fraco.
Visão falha, coluna curvilínea, fraqueza...
Tempo, tempo... – nosso maior benefício.
Cura feridas, nos dá experiência nesta vida, proporciona momento. Tias momentos que podem ser felizes, ou raros, ou amorosos, ou simples, ou especiais... Mas que nunca voltarão atrás. Momentos que merecem replay, mas como na vida não se há um controle remoto com direito a pause...
Enfim, Tempo, poderia eu parar-te?
A eternidade; não possuo. Juventude; muito menos. Só me resta esta tola carta, perguntando (em vão):
Sentimentos são eternos? Pois, não posso possuir a eternidade, mas posso propor-lhe a eternidade de meus sentimentos, de meus momentos.

Dignamente,
Alguém que busca fugir deste tempo difícil.”



- by Ninha Luiza -

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