sexta-feira, abril 01, 2011

Medo da Distância

Em silêncio. Deitados apenas... Algo tão raro agora. Se ele estará pensando em alguma coisa, não sei dizer. Apenas sei que eu estou. Penso em tudo pelo que passamos, se vale a pena continuar, ou pior, se ele pensa que ainda vale a pena continuar.
Meu mundo sombrio. Confuso tal que muitas vezes nem mesmo saberia responder a mais frequente de suas  perguntas: "O que eu quero?"
Concordo que a mulher pode ser perigosa, e tantas outras vezes mais complicada que o homem. Confesso que muitas vezes não sabemos quais são os nossos desejos. Pois quando tentamos expressá-los em palavras, não fazem o menor sentido. Mas quando ele consegue entender algo que nem você mesma entendia... A sensação é maravilhosa. Experimentar a compreensão que eles tem por nós é unica. Mas infelizmente, é outro acontecimento raro.

Então agora, quando me deito e olho para o teto - para o nada no espaço da escuridão - e sinto a lágrima cair e escorregar pela minha face, molhando meu travesseiro, me pergunto o quanto mais conseguirei aguentar. Por mais confusa que eu possa ser, tê-lo por perto me acalma e tranquiliza os meus sonhos. Mas agora não mais. Não posso mais tê-lo comigo para afagar-me os cabelos e sussurrar palavras de conforto e promessas de que tudo irá melhorar. Sua companhia não faz mais parte do meu mundinho egoísta.
Mas e eu? Será que ainda faço parte do seu mundo? Pois tudo o que tenho agora são palavras falhas por ruídos de automóveis, conversas corridas por pressa ou curtas e desanimadas pelo cansaço. Ouvi-las, claro, faz a diferença; mas não ao ponto de serem palpáveis. Como quando você me estreitava em seus braços e as sussurrava em meus ouvidos...
Ah, esses dias sim.
Mas hoje que me sinto abandonada e sozinha nesse mundo de trevas, sinto falta do meu mundo egoísta. Sinto falta de poder tê-lo aqui para poder calar minha mente e acalmar meu coração. Mas dessa vez não posso tê-lo. Você não estará aqui quando eu acordar no meio da noite, com o rosto banhado em lágrimas, e o coração atormentado por meus medos. Não, você não está aqui. E não estará aqui nem amanhã e nem depois... Verei você após esperar ansiosa que se passem mais sete dias.
Um... dois..... três....... quatro......... cinco........... seis............. SETE!
E as horas se passam: três, quatro.
Tão pouco para tanto tempo no processo de espera para poder vê-lo novamente.
E você? Ainda irá querer me ver?

Mas estarei aqui, esperando que se passem mais longos sete dias. Apenas para poder estreitar-me em seus braços, sentir seu cheiro e ter pelo menos uma noite de sono sem pesadelos.



- by Nique -

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